Gerdau projeta retomada do mercado do aço no Brasil

October 27, 2020 | News Brazil

A mineração e a siderurgia no Brasil passaram por um momento difícil no primeiro semestre. A intensa retração do consumo, em decorrência da pandemia, derrubou a demanda tanto do minério de ferro quanto do aço pronto. Desde 2015, a utilização da capacidade nas siderúrgicas nacionais não passa de 70%. Com a Covid-19, os índices caíram para menos de 50%.

As indústrias automotiva e aeronáutica, grandes consumidoras de aço, foram fortemente afetadas pela pandemia. Hoje se projeta uma queda de 13% nas vendas de aço no mercado brasileiro para 2020, mas este número era bem maior no início da pandemia.

No início de outubro, porém, a previsão de queda da indústria siderúrgica em 2020 foi revisada para cima e as expectativas apontam para uma possível nova revisão nos próximos dois meses. Sobre este assunto, a Staufen conversou com exclusividade com Marcos Faraco, vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai, que enfatizou a importância da cultura da empresa e de sua digitalização no processo de retomada do mercado. Confira os destaques.

Staufen: Marcos, frente a esta possível retomada do mercado de aço, qual é o atual cenário da Gerdau e qual a expectativa para os próximos meses?

Marcos Faraco | Gerdau: Atualmente, as usinas da Gerdau no Brasil operam com nível de utilização de capacidade entre 75 – 80%, reflexo da agilidade da empresa em retomar suas atividades produtivas para atender à retomada robusta da demanda local.  A Gerdau está preparada para atender os positivos níveis de demanda por aço no mercado brasileiro.

Staufen: Quais setores foram responsáveis por essa melhora na projeção dos resultados? Qual é hoje a principal aposta da Gerdau frente a estes números?

Marcos Faraco | Gerdau:Seguimos otimistas com o desempenho das indústrias da construção civil, agricultura e energia, que mantiveram bons níveis de atividade nos últimos meses. Vemos também sinais de recuperação do setor industrial, resultado do aumento das vendas de bens duráveis.

Staufen: Qual a sua expectativa para a retomada das indústrias automotiva e aeronáutica, que foram tão impactadas pela pandemia?

Marcos Faraco | Gerdau: A indústria automotiva iniciou sua trajetória de recuperação no terceiro trimestre depois de ter sentido um forte impacto da pandemia entre os meses de março e junho, período em que as montadoras paralisaram suas atividades. A perspectiva é de uma contínua retomada do setor automotivo, mas ainda em patamares abaixo dos volumes previstos, em janeiro, para 2020.

Staufen: Com relação à produtividade, houve interrupção de linhas de produção? Quais foram as medidas tomadas pela Gerdau com relação à queda da demanda? Como a Gerdau reagiu neste sentido?

Marcos Faraco | Gerdau: O segundo trimestre, em especial o mês de abril, foi um período bastante desafiador devido ao cenário de incertezas e volatilidade causado pela pandemia da Covid-19. A Gerdau beneficiou-se do seu modelo de negócios, que possui forte proximidade com seus clientes, flexibilidade de rotas de produção, diversificação de mercados e de uma cultura ágil para a tomada de decisões, resultado da transformação cultural ocorrida nos últimos anos.

Neste sentido, esta agilidade na tomada de decisões e a proximidade com nossos clientes resultaram no eficiente reinício das atividades industriais no Brasil ao longo do segundo trimestre, permitindo que atendêssemos a demanda dos diferentes mercados em que atuamos.

Staufen: A Gerdau nos últimos anos tem feito altos investimentos em tecnologia em seus processos produtivos. É possível dizer que a Transformação Digital foi um dos fatores que garantiram à Gerdau os resultados que vem alcançando? Poderia relacionar a busca da Gerdau pela excelência em seus processos com o sucesso na digitalização?

Marcos Faraco | Gerdau: A transformação cultural vivenciada nos últimos anos pela Gerdau foi o solo fértil que deu sustentação à transformação digital. A ambição digital da Gerdau é transformar o modo como fazemos negócios ao integrar e otimizar digitalmente nossas operações para garantir o foco no cliente.

A transformação digital da empresa tem como principais focos: prover a melhor experiência aos nossos clientes; buscar produtividade expandindo nossas ações da Indústria 4.0; ter a cadeia de supply chain integrada com foco no cliente; e otimizar matérias-primas. Neste contexto, a digitalização de ferramentas e processos é uma vantagem competitiva capaz de habilitar o atingimento de ambas as metas.

Marcos Faraco é Vice-presidente da Gerdau

Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná (1994), especialização em Finanças Empresariais pelo FGV-RJ (2000) e mestrado em Master in Business Administration pela University of Manchester (2003). Atualmente é Vice-Presidente da Gerdau.

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